Tânia Mara Camargo, Brasil
VESTIDO DE NOIVA
As brumas invadem o recinto
Calabouço criado pela minha mente
A agonia é companhia tão presente
Sem paz o final dos tempos pressinto
Nunca confessei aquilo que sinto
No entanto, corroeu-me esta dor latente
Meu corpo levita moribundo, doente.
Perdi o viço, a beleza da flor do jacinto.
Meus olhos opacos, lágrimas não vertem.
Na aridez nem sentimentos florescem
O fantasma do sofrer à espreita
Quisera ter de volta a juventude
Ter coragem, ímpeto, aquela inquietude.
Mas é tarde, já não podes ouvir minhas queixas!
II
Em laje branca figura a lápide
Um vestido de noiva jaz pendurado
Qual orvalho pelo calor naufragado
Desfez-se quando pensava atingir o ápice.
Crueldade tal veneno de áspide
Matou-me o sonho de ter-te a meu lado
Meu coração sangra com este fado
Caminhos sem volta, paixão sem vértice
Entre nós houveram somente barreiras
O amor tem lá encantos e fronteiras
Faltou-me alçar o vôo da liberdade
Meus lamentos ecoam tardiamente
Queria a ti... A ti unicamente
Réquiem aquele que amei de verdade!
A CASA DA SEREIA DO MAR
A toda brida cavalos marinhos á trote.
Conchas e corais nos jardins das algas
Pérolas do meu olhar a desnudar o
Mistério do azul do mar.
Na casa das rochas onde os cristais
São espelhos d’alma, ouvem-se cânticos
Oníricos hipnóticos.
Lá tu queres me encontrar querendo a si
Mesmo revelar.
Passa horas pensando em mergulhar,
Passam maresias,
Passam golfinhos...
E de guelras tenta se revestir...
Sufocado pelo desejo de ao mar invadir.
Do azul que tentas inutilmente decifrar,
Irrequieto não percebes que são os teus
Olhos que dão cor ao mar.
E minha casa em profundidade oceânica,
Há séculos está de portas abertas,
Esperando que tu venhas me amar!
Conchas e corais nos jardins das algas
Pérolas do meu olhar a desnudar o
Mistério do azul do mar.
Na casa das rochas onde os cristais
São espelhos d’alma, ouvem-se cânticos
Oníricos hipnóticos.
Lá tu queres me encontrar querendo a si
Mesmo revelar.
Passa horas pensando em mergulhar,
Passam maresias,
Passam golfinhos...
E de guelras tenta se revestir...
Sufocado pelo desejo de ao mar invadir.
Do azul que tentas inutilmente decifrar,
Irrequieto não percebes que são os teus
Olhos que dão cor ao mar.
E minha casa em profundidade oceânica,
Há séculos está de portas abertas,
Esperando que tu venhas me amar!
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